Oh! meu sabiá formoso,
sonoroso,
já desponta a madrugada,
desabrocha a linda rosa
donairosa,
sobre a campina orvalhada.
Manso o regato murmura
na verdura
descrevendo giros mil,
some-se a estrela brilhante,
vacilante
no horizonte cor de anil.
Ergue-se, oh meu passarinho,
de teu ninho,
vem gozar da madrugada,
modula teu terno canto,
doce encanto
de minh"alma amargurada.
Vem junto à minha janela,
sobre a bela
verdejante laranjeira,
beber o eflúvio das flores,
teus amores,
nas asas de aura fagueira.
Desprende a voz adorada,
namorada,
Poeta da solidão,
ah! vem lançar com encanto
mais um canto
no livro da criação!
Oh! meu Sabiá formoso,
sonoroso,
já desponta a madrugada;
deixa teu ninho altaneiro,
vem ligeiro
saudar a luz d`alvorada.
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